Após algumas experiências que realizei nos posts e vídeos anteriores, identifiquei que além dos assuntos técnicos, muitos dos meus seguidores gostam do “Momento empreendedor”. Isso se deve ao fato de que muitos de vocês têm o desejo de trabalhar com o que gostam, buscam sustentar a família, ter uma renda extra ou até mesmo renda principal, trabalhando com tecnologia.
E sim, isso é totalmente possível!
Nesse post irei tratar sobre como abrir uma empresa, as principais dúvidas e temores que surgem nesse momento, além de algumas dicas de técnicas que adquiri por experiência após anos como proprietário de 2 empresas.
Muitos falam de empreendedorismo, porém não esclarecem algumas questões muito importantes. Primeiro, ao contrário do que muitas pessoas pensam, é necessário entender que no Brasil há uma certa facilidade de se abrir empresa, o governo criou algumas facilidades para os pequenos empresários, ou seja, burocraticamente falando, é muito mais fácil abrir uma microempresa no Brasil do que em muitos países.
É muito importante que, antes de tudo, você procure um bom escritório de contabilidade ou assessoria contábil. Eles podem e vão te ajudar muito, esclarecendo suas dúvidas tanto na abertura quanto no decorrer do andamento da empresa.
TIPOS DE EMPRESA
Para abrir uma empresa no ramo de Comércio de Eletrônicos,
você pode optar tanto por uma ME (Microempresa) quanto por uma MEI
(Microempresa Individual)
A principal diferença entre a ME e a MEI, está no
faturamento.
Atualmente, o limite de faturamento anual para o
Microempreendedor Individual é de R$ 81.000, ou seja, até R$ 6.750 por mês, com
imposto de R$ 53,25 por mês. Esse imposto é conhecido como DAS (Documento de
Arrecadação do Simples Nacional), cujo valor acompanha a evolução do Salário
Mínimo.
Já a Microempresa, faz parte de outra categoria, onde o limite
do faturamento anual é de R$ 180.000 (equivalente a R$ 15.000/mês), e o imposto
é de 4% sobre o faturamento. Essa taxa de imposto só irá aumentar caso seu
faturamento anual seja superior a R$ 180.000.
Abaixo, os Anexos I e II do Simples Nacional, referentes respectivamente aos setores de comércio e de indústria.
- Antes de abrir a empresa e de ir no contador. Tenha uma ideia.
- Você pode fazer uma placa, criar um hardware ou um software.
- Algo que você goste e tenha afinidade, senão você não irá persistir. Sempre há dificuldades em qualquer área, o importante é persistir, e você só persistirá se estiver fazendo o que gosta.
- Quase ninguém no Brasil fala sobre montar um negócio de hardware, então eu recomendo ir para esse lado.
RESOLVA UM PROBLEMA
Uma das melhores formas de desenvolver uma ideia para
produto, é resolvendo um problema. Você só precisa de uma ideia para resolver o
problema de alguém:
- Levante os problemas que existem, principalmente na indústria, mas também em todos os outros setores.
- Identifique quais dos problemas levantados você tem a capacidade de resolver.
- Projete e ofereça uma solução para aqueles problemas.
- Tenha em mente que, é essencial que você dedique o máximo de horas possíveis nessa nova empreitada, esteja disposto a abrir mão dos finais de semana e das madrugadas para resolver os problemas no menor tempo e da melhor forma possível.
CALCULE A MARGEM DE LUCRO
A diferença entre o valor da venda e o valor de produção
ainda não é sua margem de lucro. Lembre-se que você irá ter despesas
necessárias como: investimento em marketing, em vendas, em desenvolvimento. Sua
margem de lucro será a diferença entre o lucro bruto e todas as despesas.
PROJETO
Após ter a ideia bem desenvolvida, você deverá projetá-la. Há várias fases no projeto, como você pode acompanhar no fluxograma abaixo.
Você deverá desenvolver e planejar o projeto, realizar
testes técnicos, testes no cliente e testes de mercado.
O ideal é ter uma empresa de comércio onde você terceiriza a fabricação. Ou seja, você recebe a placa, coloca o seu software nela e vende. Se você não mexe na manufatura do produto, você tem a permissão de ser uma empresa comercial. Pagando assim, um imposto muito menor. Dessa forma dando oportunidade e margem para crescimento da sua empresa.
CAUDA LONGA E LUCRATIVIDADE
O conceito de cauda longa, surgiu em 2004, quando o físico
Chris Anderson o desenvolveu como forma de analisar estatisticamente a
distribuição de dados baseado na regra 80/20 de Pareto. Ou seja, onde 80% dos
efeitos, vêm de 20% das causas.
Esse conceito está ligado à teoria da escassez e da abundância.
No nosso caso, a ideia é que o seu comércio atenda um nicho
específico, vendendo em quantidade reduzida, porém constante, dessa forma
podendo obter uma margem de lucro semelhante a uma empresa que vende muito,
porém com poucos produtos.
Coloque no seu produto o maior preço que você conseguir
cobrar.
Sim! Isso mesmo.
Não estou falando para abusar e cobrar um valor fora da realidade. Mas você deve cobrar
o maior preço que você conseguir, sempre analisando esse valor levando em conta o seu cliente
final. Por exemplo, o maior preço que você pode cobrar por um produto que você está vendendo
para uma fábrica, nunca será o mesmo valor do maior preço que você poderá cobrar por um
produto que está vendendo para uma pessoa física.
Por isso eu recomendo que você se volte mais a mercados
profissionais.
CICLO DE VIDA DO PRODUTO OU SERVIÇO
Compreender o ciclo de vida do seu produto é algo que faz
muita diferença na sua estratégia de marketing e de vendas. Independente do seu
nicho de mercado, todo produto ou serviço possui um ciclo de vida, normalmente
com 4 fases, sendo elas: Introdução, crescimento, maturidade e declínio.
INTRODUÇÃO: é a hora de iniciar as vendas, apostar em uma estratégia
de marketing, lançar o produto e fazer com que ele atinja o seu público alvo.
CRESCIMENTO: é aqui que você trabalha para aumentar o seu Market
share, momento onde você começa a ter aumento significativo nas vendas e na
rentabilidade, o produto começa a se pagar.
Nesse momento também que você terá que lidar mais fortemente
com a concorrência. Se o seu produto chamar muita atenção, poderão surgir
concorrentes tentando oferecer uma versão melhor do seu produto, na tentativa
de captar parte dos seus clientes. Por isso, não se deve deixar de investir em marketing,
não somente para posicionar o seu produto como a melhor opção, mas também para
mantê-lo na mente dos potenciais consumidores.
MATURIDADE: Normalmente é a fase mais extensa, é nessa fase
que você passa a ter estabilidade nas vendas, é onde atinge-se o ápice. Vendas
e rentabilidade constantes. Muito cuidado para não se colocar na zona de
conforto, pois a concorrência ainda está correndo junto com você, qualquer
bobeira que você der poderá resultar em brusca queda nas vendas. A duração da
fase de maturidade poderá ditar o quão lucrativo será o seu produto.
DECLÍNIO: Fase onde ocorre o declínio das vendas, muitas
vezes a concorrência diminui e a rentabilidade do produto também diminui. Todo
produto chega ao fim. Os produtos que perduram por anos e anos, estão na fase
de maturidade, se renovando sempre, investindo em campanhas de marketing,
buscando sempre se manter no topo. Uma hora esses produtos também entrarão na
fase de declínio.
Entendendo o ciclo de vida do seu produto, você conseguirá
estabelecer as ações necessárias para divulgá-lo e poderá planejar por quanto
tempo seu produto deve ser comercializado.
Ou seja, é muito importante que você compreenda esse
conceito e aplique sobre os produtos que você pretende comercializar.
MEU PRODUTO ESTÁ CAINDO, O QUE FAZER?
Um dos indicativos de que você está na fase que antecede o
declínio, a maturidade, é que você não precisa fazer tanto esforço para vender.
No início é necessário muito esforço, na maturidade esse esforço é reduzido.
Nesse momento você estará no estágio de maturidade.
Logo você começará a sentir que as vendas estão começando a
cair.
Para evitar que isso aconteça, logo após a fase de
crescimento, quando você estiver na fase de maturidade, você precisa começar
outro processo, alterando o seu produto, lançando outro produto ou até mesmo um
produto adjacente. Fique atento ao momento do platô. Quando você começar a
perceber que existe uma queda, você precisa tentar levantar.
PRECISO DE UM SÓCIO?
Essa é uma das principais e mais importantes escolhas que você
deve tomar. Um sócio representa uma parceria que te auxiliará na tomada de
decisões, na divisão de investimentos e principalmente na junção de
conhecimentos. A grande maioria das pessoas não tem todas as habilidades para
tocar o negócio, claro que há exceções.
Ter um sócio depende mais do seu perfil e menos da sua
vontade.
Ao escolher um sócio, é muito importante optar por alguém
que você tenha empatia, pode ser um amigo, colega, parente. Mas alguém com quem
você tenha certeza que poderá contar nos momentos de dificuldades.
Vocês, como sócios, deverão definir os acordos para criar a
empresa, além de desenvolver a empresa e se preparar para os casos de venda, fechamento
e falência da empresa.
Para definir esses tópicos, marque uma reunião entre você,
seu sócio, o contador e o advogado.
Conheça totalmente o seu sócio, para não ter problemas
futuramente.
PRECISO DE UM INVESTIDOR?
Se você não precisar de dinheiro no início, opte por não ter
um investidor. Normalmente você não
precisará de uma grande quantidade de dinheiro no início. Evite gastar dinheiro
demais, invista mas tenha parcimônia. Seja mais conservador.
Caso opte por ter um investidor, tenha em mente que ele
deverá trazer não somente o dinheiro. Deverá também contribuir com o
conhecimento.
E não misture as coisas, o valor que foi investido na sua empresa, deve ser usado para a empresa, e nunca para gastos pessoais.
QUANTO EU INVISTO EM MARKETING?
O marketing é muito importante! Ele atuará como ponte entre
o produto que você está comercializando, e o seu público alvo.
Porém, definir o valor a ser investido em marketing nem
sempre é uma tarefa fácil. As porcentagens a serem investidas costumam variar
conforme o segmento.
TIPOS DE EMPRESAS
Conforme já mencionei acima, diferentes tipos de empresa
possuem diferentes limites de faturamento. O governo traz uma grande facilidade
para Microempresas e Microempresas Individuais.
Os tipos de empresa são:
MEI: Microempresa Individual – o MEI é um profissional
autônomo, o faturamento não pode passar de R$ 81.000 por ano, não pode ter
participação em outra empresa como sócio ou titular e só pode ter no máximo 1
funcionário recebendo salário mínimo ou piso da categoria. Sendo MEI, você tem
direito a auxílio-maternidade, direito a afastamento remunerado, aposentadoria,
além de ter um CNPJ e estar enquadrado no Simples Nacional, ficando isento de
tributos federais. Não se paga para emitir Notas Fiscais, e caso supere o
limite de R$ 81.000 de faturamento anual, automaticamente passará a se
enquadrar como ME.
ME: Microempresa – uma ME pode faturar até R$ 360.000 por
ano, porém para que a taxa de imposto se mantenha em 4%, esse faturamento não
pode ser superior a R$ 180.000. Normalmente, a abertura de uma ME requer o
acompanhamento de um contador, para realizar o planejamento tributário, pois
para o ME você pode escolher entre os tipos de enquadramentos tributários
disponíveis: Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido. Pode ter até 9
funcionários, tem os mesmos direitos da MEI, porém a aposentadoria pode ser
também por idade ou tempo de serviço. Há um custo percentual por nota fiscal
emitida, por envolver diversos impostos. Caso a ME fature mais que R$ 360.000
no ano, ela automaticamente passará a se enquadrar como EPP.
EPP: Empresa de Pequeno Porte - uma EPP pode empregar de 10 a 49
funcionários (para o caso de comércio). Os
padrões tributários são semelhantes à ME, e o faturamento deve ficar
entre R$ 360.000 e R$ 3,6 milhões. Pode se enquadrar nos regimes: Simples
Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido.
EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada –
uma empresa EIRELI é constituída por uma pessoa titular de 100% do capital
social. Em caso de dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será comprometido,
ou seja, os bens pessoais não são atingidos. O capital social mínimo para se
abrir um EIRELI é de 100 salários mínimos.
LTDA: Empresa que tem capital social organizado por cotas –
uma empresa de responsabilidade limitada pode ter até 7 sócios, onde cada um
possui uma participação determinada de acordo com sua contribuição. Cada sócio
possui uma cota no capital social da empresa, ou seja, em caso de desligamento,
falência ou fechamento da empresa, a sociedade limitada protege o patrimônio
pessoal de cada sócio.
S.A: Possui 2 ou mais sócios, pode ser capital aberto ou fechado.
– uma S.A é semelhante a uma LTDA, porém possui seu capital divido por ações,
podendo ser de capital aberto ou fechado. Ações são a menor parcela do capital
social de uma empresa, sendo consideradas uma participação na propriedade da mesma.
REGIMES TRIBUTÁRIOS
SIMPLES NACIONAL: É uma simplificação dos vários tipos de
impostos, é um regime aplicável às Microempresas e Empresas de pequeno porte.
LUCRO PRESUMIDO: Prevê o lucro das empresas através do valor
de sua receita bruta.
LUCRO REAL: Normalmente para empresas maiores, onde se apura a contabilidade e paga-se os tributos de acordo com o valor apurado.
CONCLUSÃO
Resolvi fazer uma postagem relacionada a esse assunto para
explicar e dar uma luz à todos os meus seguidores que desejam adentrar o mundo
do empreendedorismo, e trabalhar com o que gostam, podendo fazer uma renda
extra ou até mesmo sua renda principal, através da tecnologia. Não quero que
vocês, de maneira nenhuma, trilhem um caminho ilusório. Busco sempre que meus
seguidores estejam engajados em oferecer um produto útil e resolver o problema
de seus clientes.
Em próximos posts irei abordar mais detalhadamente alguns
assuntos que não explorei totalmente nesse vídeo.
Não se esqueça de deixar seu like no vídeo, se inscrever no canal e
compartilhar para que eu possa continuar trazendo conteúdo grátis e de qualidade
para vocês.
Um abraço a todos.
Fernando K.
1 Comentários
Pode informar algumas empresa de montagem de hardware? ( Aqui ou na China)
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